A
cruz derrama dádivas dos céus sobre aqueles por quem Cristo morreu. Traz a
salvação ao coração do homem. Reconcilia o pecador com seu Deus. E descortina a
possibilidade de experimentar vida hoje, extensivo a todos os nossos
relacionamentos, projetos e sentimentos. Estas dádivas que vem da redenção em
Cristo Jesus nos conecta a uma nova disposição de mente e vida. Viver conectado
à cruz é o segredo para desfrutar das ricas bênçãos do Salvador. Hoje veremos a
dádiva da pacificação.
Por
pacificação temos em mente o ato de trazer aquietação e sossego para a vida.
Sabemos que isso não é simples. O pecado dos nossos primeiros pais quebrou a
comunhão e paz que a criação tinha com seu Criador. Instaurou-se, assim, a
desordem, agitação, rebeldia e toda confusão. Toda a mente, sentimento e
relacionamentos foram atingidos pelo caos do pecado. O relacionamento do homem
com Deus, consigo mesmo, com a sua família, com o próximo e com a criação. Tudo
foi influenciado e agora regido pelo pecado da desunião e inquietação. O
coração do homem busca desesperadamente por algo que traga sossego, mas nunca
busca no Deus de toda paz. Este é um dos maiores problemas do homem, buscar
satisfação e paz em si mesmo, e não no seu Criador.
Mas,
Deus em sua rica misericórdia, através da cruz do Salvador, trouxe a
reconciliação com seus escolhidos, num contexto de perdão, paz e vida. A cruz
nos presenteia com a dádiva da paz com Deus. Eu insisto, esta paz não é apenas
idealista ou filosófica. Antes, existencial, prática e transformadora. Viver a
paz em Cristo implica ter toda a vida, cosmovisão e relacionamentos
influenciados pelo dom da pacificação.
Em
outras palavras, pacificação é o dom de trazer a aquietação e harmonia em tudo
na vida. Pensamentos e desejos movidos pela paz. Meus sentimentos são
equalizados pelas vias da paz. Amizades e relacionamentos são pacificados. Todo
sentimento de guerra, brigas, amargura e ódio são vencidos pela graça pacífica
e pacificadora da cruz. Levo você a pensar em quatro atitudes práticas de um
embaixador da paz, aquele que teve o coração pacificado e viver agora para
semear esta nova configuração atingindo a si mesmo e ao seu redor com paz.
A
primeira atitude é a compreensão. Pacificação nos leva sermos compreensivos com
o erro do outro, como Deus foi longânimo conosco. Olhar com simpatia para as
falhas do outro. Não ser rápido no julgamento e condenação do erro alheio. Ser
calmo, paciente e compreensivo. Isto é ser um pacificador.
Outra
atitude é o acolhimento. A compreensão nos leva a abraçar o pecador, a amá-lo,
a ter o coração aberto ao outro. Repare, estas atitudes são espelhadas nas
atitudes que Deus teve conosco, pecadores, na cruz do Redentor. Assim como
Cristo nos acolheu pela graça, devemos amar e acolher o outro,
incondicionalmente do erro alheio. Acolher implica recebimento, aceitação e
amparo. Como a igreja de Cristo precisa aprender a ser uma comunidade
acolhedora. O estabelecimento da pacificação depende da compreensão e
acolhimento.
Consequentemente,
o perdão é atitude necessária para que a pacificação reine. Toda raiz de
amargura, ódio, indiferença e conflitos devem ser despojados da vida cristã.
Ser discípulo do Cristo da cruz é abrir mão dos nossos sentimentos de
autojustiça e autorreconhecimento e se permitir viver mergulhado nessa esfera de
paz e amizade. O perdão é essencial. Relevar o erro. Depositar nas mãos justas
de Deus. Ser pacificador é semear o perdão.
Finalmente,
o quadro de harmonia se desenha em nosso coração e relacionamentos. A
consequência da compreensão, acolhimento e perdão é a harmonia. Não seria bom
encontrarmos a ação harmoniosa do Espírito Santo em nosso coração? Em nosso
casamento? Em nossa família? Em nossa comunidade? A paz gera harmonia. Harmonia
gera alegria. Alegria gera vida. Estou convencido que vale a pena lutarmos pela
paz ao nosso redor. Essa é uma das mais belas dádivas da cruz.
Não
seja um agente do conflito. Não dê conselhos de guerra. Não dissemine o
sentimento maligno da amargura, ódio e separação. Isso é ser embaixador do mal,
não da paz. Que suas palavras, intentos e ações sejam sempre na direção de
semear a paz. Abrace a identidade de um bom discípulo de Cristo. Seja um
embaixador da paz. Seja um pacificador. E que o Deus de toda consolação
preencha sua vida, sua mente, seu coração e seus relacionamentos da doce paz de
Cristo. Jesus é o embaixador da paz por excelência. Sejamos como ele. Sejamos
pacíficos e pacificadores.
No próximo post veremos a reconciliação. Corações que
se encontram e estabelecem o amor apesar dos erros e ofensas é uma dádiva
possibilitada apenas quando a cruz reina sobre a nossa vida. Espero por você.
Que Deus te abençoe.
Por: Pator Marlon de Olivéira
Por: Pator Marlon de Olivéira
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