A cosmovisão bíblica a respeito do casamento.


As Escrituras, a autoridade de fé dos cristãos, estabelecem um modelo de casamento muito diferente das configurações matrimoniais pós-modernas. Os casais cristãos devem se esforçar para conservar os princípios bíblicos de vida familiar. Conforme se pode deduzir do relato de Gênesis sobre Adão e Eva, o ideal de casamento conforme apresentado nas Escrituras é de que:
(I) O homem é funcionalmente superior a mulher no arranjo familiar (criado primeiro); (II) O homem e a mulher são ontologicamente iguais (“uma só carne’’); (III) A concepção de casamento é monogâmica e heterossexual (“o homem se unirá a sua mulher’’); (IV) A procriação é um dos objetivos do sexo e do casamento (“multiplicai-vos”); (V) Adão tinha a função de liderança (criado primeiro); (VI) A mulher tinha a função de ajudadora (“far-lhe-ei uma ajudadora”); (VII) o casamento precede a relação sexual (Deus “abençoou” e depois ordenou a procriação). (Queiroz, 2015)
Detalhemos cada um desses pontos:
O homem é funcionalmente superior a mulher no arranjo familiar: É importante ressaltar a questão “funcional”. Trata-se aqui de economia familiar e não de ontologia de valor. A função ou papel do homem é de chefia do lar. Cheung (2003) observa que:
A liderança do homem na família tem sido um tópico controverso, tanto dentro como fora dos círculos teológicos. A razão para tanto debate não é porque a Escritura não é clara sobre o assunto, mas antes porque o estado psicológico e ideológico dos dias de hoje e a tendência pecaminosa dos seres humanos se ofendem com a autoridade legítima. (p.107)
A chefia masculina no âmbito familiar não deve ser confundida com uma dominação machista opressora. A relação entre o marido e sua esposa representa a relação entre Deus e a Igreja. Por isso os maridos são chamados a amar suas esposas como a si mesmos (Efésios 5.28). O marido cristão não deve se irar contra sua amada (Colossenses 3.19), tendo terna afeição por ela (cf. Filipenses 1.8). Enquanto chefe do lar, são funções do homem:

(1) Provisão para as necessidades espirituais e domésticas da família;

(2) O amor, a proteção, a segurança e o interesse pelo bem estar dela, da mesma maneira que Cristo ama a Igreja;

(3) Honra, compreensão, apreço e consideração pela esposa;
(4) Lealdade e fidelidade totais na vivência conjugal.
(Stamps, 2005, p. 1819)
O homem e a mulher são ontologicamente iguais: Embora exercem funções diferentes no arranjo familiar, homens e mulheres tem a mesma dignidade e valor diante do Criador. A Bíblia é clara em dignificar a mulher. No casamento, ela tem domínio sobre o corpo do homem (1 Coríntios 7.2):
Na Bíblia, apesar da distinção de funções que dão a aparência de inferioridade da mulher, na realidade a mulher é tratada com consideração e respeito. E quando surgiram mulheres capazes, não foram impedidas de projetar-se na sociedade. Exemplos disso vemos em Débora, que governou Israel como juíza e autoridade máxima (Jz 4.4,5); Abigail, que foi superior a seu marido Nabal. Num impasse criado entre Davi e Nabal, a prudência e a habilidade de Abigail conquistaram a admiração de Davi e o demoveram de destruir sua família (1Sm 25); Ester, escrava judia, tornou-se rainha e arriscou sua vida para impedir a destruição de seu povo (Et 4 e 7); e Priscila, descrita como mulher cristã, firme na fé e na doutrina, foi capaz de, com seu marido, ensinar a um pregador melhor doutrina (At 18.26). Ademais, com seu marido, Priscila arriscou sua vida para proteger a do apóstolo Paulo (Rm 16.3,4). (Olivetti, 2015)
A concepção de casamento é monogâmica e heterossexual: A fidelidade deve reger a vida conjugal, de modo que a poligamia e o adultério são claramente contra a vontade divina. A natureza divina estabelece a heterossexualidade do casamento, de modo que os casamentos homoafetivos são contrários a natureza da Lei de Deus. Por isso a homossexualidade é abominável diante do Rei Onipotente e atrai a ira de Deus sobre aqueles que a praticam. Aos indivíduos que sentem atração indesejada por pessoas do mesmo sexo, não estarão pecando se resistirem, pela graça de Deus, a seus impulsos e desejos homossexuais, m, optar pelo celibato.
A procriação é um dos objetivos do sexo e do casamento: Ter filhos é uma bênção para o casamento, mas visto que o sexo não tem como único objetivo a procriação, as relações sexuais não são um mero dispositivo reprodutivo. O sexo foi criado por Deus para que um casal usufrua do maior grau de intimidade, que proporcionem um ao outro o prazer. Uma das mais belas dádivas do Criador é ter dado aos humanos a capacidade de desfrutar o prazer do orgasmo. O sexo é uma demonstração sublime de confiança, em que a pessoa permite a outra o acesso a seu eu mais íntimo.
Adão tinha a função de liderança: já foi tratado, vamos prosseguir!
A mulher tinha a função de ajudadora: A Bíblia é clara sobre isso. As mulheres devem ser “equilibradas, puras, boas donas de casa, bondosas, submissas aos seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja desprezada.” (Tito 2:5). Infelizmente as ideologias de hoje querem dar a entender que as mulheres que obedecem a esse padrão inevitavelmente são pessoas oprimidas pela dominação masculina. É comum a ideia de que toda hierarquia de funções é uma dominação opressiva. Mas um marido que ama a sua esposa como a si mesmo jamais oprimirá sua esposa, e a mulher sendo cuidada e amada pelo marido, longe de estar sendo oprimida, estará sendo abençoada com a felicidade que a conformidade com os princípios bíblicos proporciona:
Esse quadro cor-de-rosa é perpetuado pela suposição cultural de que as mulheres que ficam em casa fazem isso porque elas não podem fazer nenhuma outra coisa, e que ficar em casa significa que você vive em uma bolha de brinquedos, pratos e lavanderia. As feministas se recusam a ver que ser dona-de-casa proporciona a uma mulher mais tempo na cozinha do que qualquer aficcionado por gastronomia pode ter, mais oportunidades de ler do que qualquer bibliotecária, mais chances de moldar o caráter das crianças que qualquer super babá, mais tempo para fazer o bem do que qualquer mulher engajada em obras sociais, mais tempo para decorar a sua casa do que qualquer decoradora ou arquiteta e mais tempo para ler estatísticas econômicas do que qualquer economista. Ficar em casa cria mais oportunidades para desenvolver os seus interesses, habilidades, capacidades e modos de servir do que qualquer outro trabalho lá fora. Ainda assim, as feministas empurram as mulheres em cubículos, dizendo-lhes que apenas dessa forma elas terão uma vida, se sentirão realizadas, e estarão em contato com o mundo exterior. (VanDoodewaard, 2012).
Fique claro que não quero dizer que mulher não possa trabalhar fora de casa, nem que o homem não possa ajudar nos afazeres domésticos:
Portanto, ainda que a prioridade da mulher seja criar seus filhos desde pequenos, como fizeram a mãe e avó de Timóteo, uma vez que seus filhos sejam independentes e as circunstâncias exigirem, nada impede que ela também trabalhe em casa ou fora, não para inverter os papéis, mas para continuar sendo laboriosa como a mulher virtuosa de Provérbios. Ela não só vendia o que produzia, como ajudava no orçamento do lar economizando por não precisar comprar outros produtos. (Persona, 2012)
O casamento precede a relação sexual: O sexo antes do casamento é pecado e atrai a ira de Deus. O motivo disso é que o sexo antes e fora do casamento não se firma numa aliança indissolúvel de amor:
Embora a praticidade não determine o certo do errado, se a mensagem da Bíblia sobre o sexo antes do casamento fosse obedecida, haveria bem menos doenças sexualmente transmissíveis, abortos, mães solteiras e gestações indesejadas, assim como existiriam bem menos crianças crescendo sem ambos os pais em suas vidas. A abstinência é a única política de Deus quando se trata do sexo antes do casamento. A abstinência salva vidas, protege bebês, dá às relações sexuais o valor adequado e, mais importante, honra a Deus. (Gotquestions, 2002-2015)
Infelizmente se desdobra um triste fenômeno na sociedade:
... a feminização da família foi estabelecida no Ocidente! O conceito cristão de família foi substituído pela ideia feminista de família: divórcio fácil substituiu a visão pactual do casamento; igualitarismo substituiu a liderança masculina; o homem e a mulher como provedores em parceria substituiu o homem como provedor; a esposa e mãe que trabalha fora do lar substituiu a mulher como dona do lar; a mãe como uma empregada profissional substituiu a mãe como cuidadora de suas crianças; “planejamento familiar” e “controle de natalidade” substituíram a grande família. (Einwechter, 2015).
É tempo dos cristãos “batalharem pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Judas.4) e conservarem os princípios bíblicos para a família e o casamento."
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Autor: Bruno dos Santos Queiroz
Fonte: @Bereianos

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