“Eu sei por que ela pensa assim”, ela zombou. “Ela é uma feminista.”
Eu ouvi por alto um grupo de mulheres falando sobre um artigo recente
que encoraja as mulheres a abraçar o feminismo e sua influência, e todas elas
concordaram – o feminismo foi ruim para as mulheres e não é uma palavra
bem-vinda em seu vocabulário. Essas mulheres são piedosas e envolvidas em suas
igrejas. Elas amam a Palavra de Deus e as verdades do Seu design para as
mulheres. Mas seu desdém para com os leigos era evidente.
Feminismo em alguns dos nossos círculos provou ser um palavrão, não é?
Em parte, é porque se deliciar com o design de Deus para nós como
mulheres não é uma ideia popular em nossa cultura atual. Onde quer que olhemos,
o mundo que nos rodeia está nos dizendo para rejeitar o ensino da Bíblia na
nossa feminilidade. Para aquelas de nós que estão dispostas a nadar contra a
maré do pós-modernismo e feminismo, nosso radar está sempre sintonizado com as
ideologias dominantes da atualidade. Somos rápidas para denunciar qualquer coisa
contrária ao Seu design, e às vezes, sem saber, achamos que nós temos sucesso
em toda esta coisa de feminilidade bíblica.
Vemos uma mulher que está vivendo de forma diferente da gente e
esnobamos ela. Pensamos que a sua falsa ideologia, ou seja, o feminismo, não
pode ser encontrada em nossas vidas.
Talvez seja verdade que o feminismo já não tem uma imposição sobre você.
Louve a Deus por isso. Mas no meu novo livro, The Accidental Feminist (A
feminista acidental), procuro mostrar como o feminismo tem impactado todas nós,
independentemente se vemos ou não. E mesmo para aquelas que estão um pouco mais
à frente na compreensão destas coisas do que outras, nenhuma de nós tem espaço
para vanglória.
Como vemos os nossos maridos
Talvez você seja casada e ache que não é uma feminista. Você alegremente
submete-se a seu marido. Você o ama. Você o serve. Você gosta de estar casada,
e talvez você tenha até se casado jovem (rejeitando ainda mais a mentira do
feminismo de que você precisa se encontrar antes de encontrar um marido).
Mas como você fala sobre o seu marido quando ele te magoa? Como você
fala sobre os homens em geral? Quando seu marido não sabe como mexer na
torradeira ou deixa as meias no chão, você brincando diz que isso é porque ele
“é um homem. ” Se ao menos ele fosse uma mulher, a vida seria muito mais fácil.
Uma das maneiras sutis que o feminismo nos influencia, mesmo as mais
conservadoras entre nós, é que temos tratado os homens como inúteis e
estúpidos, porque não são mulheres. Você pode respeitá-lo em palavras e atos,
mas você o respeita em seu coração, especialmente quando as diferenças mais
óbvias entre os sexos são exibidas em seu casamento?
Como vemos nossas crianças
Ou talvez você seja mãe. É o que você sempre sonhou. Você vê as mulheres
escolherem a carreira em detrimento das crianças e internamente você as coloca
em uma categoria de mulheres que não chegaram aonde você chegou. Você assiste
as crianças do seu vizinho irem para a creche todos os dias e pensa como seus
filhos são afortunados por estarem em casa com você, não sendo cuidados por
outra pessoa.
Mas em seus dias maternais mais difíceis, aqueles em que a manteiga de
amendoim acaba no cabelo antes das 9hrs e seus filhos mais velhos não param de
brigar, você secretamente se ressente da vida que lhe foi dada? Você julga a
mulher com uma vida diferente da sua só ao olhar saudosamente para a vida dela
a partir das quatro paredes do seu pequeno caos abençoado?
Talvez você não esteja lá fora defendendo o feminismo numa praça pública
ou vestindo uma camisa “eu sou feminista.” Você ama seu marido e filhos. Você
abraça o desígnio de Deus para você. Mas a luta contra o nosso próprio egoísmo
e desejo de autonomia pessoal não vai embora quando nos casamos ou com o
nascimento de um bebê.
A esperança para todos nós não é encontrada em nossa adesão externa aos
mandamentos de Deus. É encontrada na cruz de Jesus Cristo. Nós só somos capazes
de viver como mulheres piedosas, em cada época e cada contexto, porque Jesus, o
Deus-homem, viveu perfeitamente para nós. Como nós confiamos nele, dependemos
Dele, e o temos como tesouro acima de tudo, nos são dadas as ferramentas que
precisamos para obedece-Lo. Você se delicia com o bom design de Deus para você
como mulher não por causa dos seus próprios méritos, mas por causa dos méritos
de outro. Isto é tão libertador, não é?
Isso significa que quando você falha, você tem um advogado diante do Pai
e do Espírito Santo para dar-lhe esperança para o arrependimento e restauração.
Isso significa que quando você vive corretamente, você tem meios de adoração,
sabendo que as boas obras que você faz são uma disposição graciosa de nosso
competente Salvador.
Se Deus lhe deu olhos para entender a Sua Palavra e abraçar seu design
para você como uma mulher, louve-O por isso. Isso é um dom precioso! Mas quando
você vê uma mulher que ainda precisa enxergar o que Deus tão graciosamente te
ajudou a ver, lembre-se destas palavras:
“Porque, quem
te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por
que te glorias, como se não o houveras recebido? ”
1 Coríntios 4:7
1 Coríntios 4:7
É tudo pela graça, irmã. Tudo pela graça.
Este post é uma tradução de um artigo de Courtney Reissig, publicado originalmente no blog True Woman, traduzido e publicado primeiramente no blog Bons Costumes com permissão da autora. O artigo original pode ser encontrado no link: When You Think Feminism Isn’t Affecting You
Courtney é uma esposa de pastor, mãe, escritora freelance e blogger. Ela nasceu na Califórnia, cresceu no Texas, e teve 2 trabalhos em Michigan antes de finalmente se formar na Northwestern College (MN), com uma licenciatura em Inglês. Depois de fazer um estudo de pós-graduação no Seminário Teológico Batista do Sul, ela conheceu seu marido, se apaixonou, e agora vive em Little Rock, AR, com seus filhos gêmeos. Eles se mudaram para Arkansas para ajudar a plantar a Igreja Midtown Baptist, onde seu marido serve como um dos pastores.
Publicação blog: Incoformados e Voz Feminina na Reforma
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