Série: Legados da Reforma Protestante (Parte 5)

Este anos um

REFORMA 500 ANOS: E agora?

Este ano vimos uma efervescência sobre o tema da Reforma Protestante. Em comemoração aos 500 anos da Reforma, nosso país se deparou com uma “explosão” de conferências, palestras, revistas teológicas, artigos, posts e revistas de Escola Dominical tratando sobre este tema tão importante. Creio que todas estas investidas foram muito importantes, impactantes, relevantes e edificantes para o povo evangélico brasileiro. Conhecer a história e, mais do que isso, aprender com ela é essencial!
Neste último capítulo desta série, “Legados da Reforma Protestante”, tratamos sobre algumas das principais heranças e lições que este movimento religioso nos deixou. Pensamos em temas sobre: a Escritura, culto, adoração e devoção a Deus, fé, entre outros. Nosso propósito é que estas lições permaneçam ainda hoje. Aliás, esta é a nossa maior preocupação. Enquanto digito estas linhas, em meu coração fica um questionamento, estamos findando o ano dos 500º aniversário da Reforma. Partiremos em breve para o 501º. Mas, como ficará este tema tão “na moda” a partir de agora? E as palestra assistidas? Artigos, posts lidos? Lições ministradas? Será que tudo não poderá cair no esquecimento?

Creio que não! Espero que não! Como reformados trazemos na mente e no coração as lições aprendidas, mais do que isso, apreendidas pela Reforma Protestante. Os discípulos de Cristo hoje são os reformadores deste tempo! A Igreja do Messias precisa defender o que foi defendido, e abandonar o que já foi abandonado. O desejo de servir a Deus e de honrá-lo deve ser a referência do nosso coração hoje ainda.

Quero dizer com isso que a Reforma ainda não acabou! De certa maneira, a Igreja luta diariamente com a tendência “natural” de deformar-se, de tomar a forma do mundanismo. Sem a graça de Deus e a busca constante pelos meios de graça a Igreja de Cristo pode vir a ficar “irreconhecida”. Aliás, esta não foi uma das causas que impulsionaram os reformadores nos séculos XV e XVI?

Lembro-me de dois textos bíblicos que creio se encaixar no que trato aqui. O primeiro é Romanos 12:1-2: “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (NVI) Paulo admoesta-nos a fugir dos padrões mundanos e buscar sempre a vontade de Deus, numa renovação constante no modo de pensar tendo a vontade de Deus como a referência central. Neste sentido, devemos sempre buscar viver a vontade de Deus. Esta foi como vimos uma tônica dos reformadores. Deve ser a nossa hoje também, não apenas porque comemoramos uma data importante, mas porque essa é direção de Deus em nossa vida.

Outro texto é 1João 1:8-10 e 2:1: “Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós. Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.” (NIV) Há muita lição para nós neste versos sagrados. Mas, o principal para este momento é perceber que a Igreja de Cristo não é perfeita! Não somos perfeitos! Ninguém é! Nenhum reformador foi perfeitamente “santo”! Apenas o Filho de Deus foi (e é!) essencial perfeito! Mas, o alvo da Igreja é buscar não pecar. Buscar a santidade é caminho ideal de todo cristão verdadeiro. E se, ainda assim, cairmos, temos um advogado (intercessor) que não nos trai, mas nos ampara e advoga a nossa causa junto ao Pai. O sangue de Cristo, nosso mediador, nos purifica de todo pecado. A maior implicação aqui é que a Igreja de Jesus hoje caminha, e deve caminhar sempre, dia-a-dia, em busca do alvo maior de sua vida: viver para a glória de Deus, e para a alegria do seu noivo, Jesus Cristo!

Os eventos em alusão da Reforma estão se acabando. E acabarão. Outros virão certamente. Mas, o legado desta grande ação de Deus na história jamais cessará! Cabe à Igreja de Cristo, eu e você, lutarmos como os reformadores lutaram. Defender os princípios da reforma sempre. Sejamos reformados, não apenas de boca, ou num academicismo vazio, isto não leva a nada. Sejamos, sim, reformados, mas de mente e coração, defendo e vivendo na prática os valores das Escrituras que foram tão caros aos reformadores. Que estes mesmos valores sejam caros a nós também! Que Deus te abençoe!

Rev. Marlon de Oliveira

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