Depois disso o silêncio (o Silêncio de Deus).

Todo estágio tem um fim, nem sempre prevalecer o que sentimos.

         Todo estágio tem um fim, nem sempre prevalecer o que sentimos. 


Por recomendações encontrei o livro de C. S. Lewis em seu momento mais amargo, triste e solitário é uma experiência tocante para nós que já vivemos algo parecido. Ler seus sentimentos se misturarem com seu conhecimento de análise, trazendo à tona um homem de fé confuso e inconformado com os acontecidos em sua trajetória de vida, seu repertório nos faz lembrar da nossa humanidade e fragilidade. Ao ler o livro Anatomia de uma Dor observei seu estado melancólico em meio a dor real devido à morte de sua esposa, eu li variados questionamentos dele igual ao que vivemos e sentimos em momentos de perda, dor, angustia, e variadas situações, Lewis escreve questões que muitos não tiveram a coragem de dizer, mas sentiu a respeito de sua fé, Deus. 
A cada leitura nas páginas somos levados a uma reflexão profunda sobre a vida, sua brevidade, e o propósito divino de tudo isto… Quando passamos por diversas perdas que nos tira a paz, mesmo sendo cristãos, não estamos propensos de viver momentos de dúvidas do que sustentava a nossa fé; é como se o que acreditávamos fosse se extraviando de acordo com a escuridão da tribulação presente. Não me julgo diferente dos questionamentos que Lewis teve a respeito de Deus, essa leitura partiu como abrigo para o que acreditei e acredito hoje, passei por um rompimento de relacionamento importante, uma perda cheia de decepções e amargura, tão injusta aos meus olhos devido ter acreditado que fosse providencia de Deus e, ao mesmo tempo, essa providência aparente estava se sucumbindo; no final existiu a certeza que tudo funcionava não como eu compreendia, mas, como Deus queria. Ao encaramos o cenário recente desses acontecidos da falta que se estende dia após dia, o espírito abalado, colocamos as cartas na mesa de Deus e começamos a mostrar tudo que está acontecendo, a resposta mais certa que recebemos é o silêncio.
Esse silêncio é tão citado no livro por um comentarista que diz: O que muitos de nós descobrimos nesse transbordamento de angústia é que sabemos exatamente aquilo sobre o que ele está fazendo. As pessoas entre nós que trilham a mesma via, ou que não estamos, afinal de contas, tão sós quanto pensávamos. O silêncio de Deus não significa que estamos sozinhos, às vezes queiramos uma reposta imediata, uma providência rápida e eficaz para o momento agonizante em nosso eu, dentro de nosso íntimo.

Estamos acostumados por um lado humanizar tudo e do outro lado espiritualizar. O que aprendemos na íntegra, porém, são conselhos humanitários e espiritualizado que recebemos de outros, todavia, não passar de palavras ensaiadas que vai-se prolongando ao decorrer do tempo entre pessoas e pessoas, cristãos e cristãos. Tudo termina na mesma fala que costumamos a dizer uns para os outros: Tudo que você está passando se enquadra no propósito de Deus. Sim! Não duvido que isto seja correto, só estamos acostumados com as mesmas frases, essas não sustentam mais uma fé abalada. Cada um de nós cristãos vivemos experiências reais e sabemos qual é o tipo de acontecimento que sustenta o nosso relacionamento com Deus, nossas crenças sobre algo vinculado com o que acreditamos ser correto. As frases espiritualizadas tão repetitivas se perdem teoricamente em plena a realidade.

Alguns de nós pelo menos somos sinceros ao assumir nossas dificuldades de lhe dar com algumas perdas, e principalmente quando as mesmas estão ligadas a vida sentimental. A Bíblia cita com importância a vida relacional para pessoas que cultiva sentimentos, em Génesis 2.18 o Senhor olhou para o homem e disse: "Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda". Desde o princípio da criação, sentimentos foram cultivados entre pessoas, em uma expressão de companheirismo e amor. O estado de perda é dolorido que chegar a abalar emoções, se cria questionamentos sobre essa realidade. Acredito que a pior época do abismo aparente, é quando se busca ajuda em Deus, e as vezes não encontramos por estamos abalados demais e inquietos, debatendo, angustiados. Lewis cita esse momento como uma pessoa morta de cansada que deseja uma coberta extra numa noite de inverno, mas, em vez de se levantar e procurar uma, ficar deitado lá, tremendo de frio. Ele pondera: É fácil ver porque as pessoas sozinhas se tornam mal-arrumadas e, no final de tudo, sujas e repulsivas. Tudo que envolve sentimentos traz dores e diminui o cuidado que se tinha consigo mesmo, para minha pessoa ter passado por algo cheio de desilusão não foi fácil, evidenciei acumulo de ressentimento por uma eventualidade parecida; a soma exata para os meus questionamentos interiores fluírem, tipo: Porque Deus permitiu? Lewis perguntou diante de sua dor, onde está Deus? Esse é um dos sintomas mais inquietantes o estado melancólico. Ele continua a expressar-se: Quando você está feliz, muito feliz, não faz nenhuma ideia de vir a necessidade dEle, tão feliz, que se vê tentado a sentir suas reivindicações como uma interrupção; se se lembra e voltar a Ele com gratidão e louvor, você será__ou assim parece__recebido de braços abertos. Mas, volte-se para Ele, quando estiver em grande necessidade, quando toda outra forma de amparo for inútil, e o que você encontrará? Uma porta fechada na sua cara, ao som do ferrolho sendo passado duas vezes do lado de dentro. Depois disso o silêncio. Bem que você poderia dar as costas e ir embora. Quanto mais espera, mais enfático o silêncio se torna. Não há luzes nas janelas. Talvez seja uma casa vazia.

Eu vínculo essa parte do silêncio que o C.S. Lewis vivenciou como o acumulo de angústia em nosso peito, você e eu estamos gritando alto demais, chorando, debatendo e queremos ser atendidos em nosso histerismos. Deus quer nos escutar, mas estamos gritando alto, Ele está esperando acalmamos para chegar bem próximo e nos dar o que precisamos para prevalecer sobre esse acontecido. Lewis diz: “Não é possível ver nada de maneira adequada enquanto os olhos estiverem embaçados de lágrimas. Você não pode, na maioria das situações, conseguir o que deseja se o fizer desesperadamente: o resultado é que não conseguirá aproveitá-lo ao máximo.

O que se entende nesse momento é a necessidade de chegar a Deus no momento certo, a angústia, inquietação faz parte de nós cristãos quando passamos por momentos de desespero, como encontramos no Salmos 13, Davi expressando sua angústia e dor; perguntando até quando Deus irá esquecer dele, e esconderá o seu rosto.  Homens e mulheres de Deus viverão isso, eu e você, mas, como o clamor de Davi foi atendido por Deus no versículo 6 quando se regozijou ao dizer: Cantarei ao Senhor por quanto tem me feito muito bem. Lewis encontrou no momento certo Deus ele diz: “Aos poucos passei a sentir que a porta não está mais fechada e aferrolhada. Será que foi minha necessidade frenética que a fechou na minha cara? Quando nada há em sua alma exceto um grito de socorro talvez seja o exato momento em que Deus não o pode atender: você é como o homem que se afoga e que não pode ser ajudado por tanto se debater. É possível que seus gritos repetidos o deixem surdo à voz que você esperava ouvir.”

Ao se acalmar ele chegar a compreender o que buscava escutar. Tudo começa a ter conformismo, confiança, paz, embora as circunstâncias sejam as mesmas. O que é importante lembrar, que o Cristo está nos esperando de braços abertos, isso é demonstrado quando em meia as revezas estamos ganhando paz, uma paz que o mundo não pode nos dar. As respostas chegam para fazer sentido, devemos julgar a nós mesmo  no que acreditamos, às vezes a nossa fé é superficial sem profundidade, Lewis afirmar isso ao dizer: "Deus certamente não estava fazendo uma experiência com minha fé nem com meu amor para provar sua qualidade. Ele já os conhecia muito bem. Eu é que não. Nesse julgamento, ele nos faz ocupar o banco dos réus, o banco das testemunhas e o assento do juiz de uma só vez. Ele sempre soube que meu templo era um castelo de cartas. A única forma de fazer-me compreender o fato foi colocá-lo abaixo." 

Precisamos nos conhecermos e compreender qual é o alicerce que sustenta o castelo da nossa fé, que seja a Palavra de Deus. Embora a situação seja angustiante, mas, Deus se coloca em meio ao nosso sofrimento para nos trazer refrigero, outras vezes, Ele deixa-nos um período no silêncio para conhecermos a nós mesmo como cristãos. Que avaliemos cada momento com um (análise) profundo e o que devemos aprender sobre cada estágio vivido!

Fique na paz.
Teologia e Mulheres.
Por: Cristiane Monteiro Lima

3 comentários

  1. Amei, passei para ler um pouco. Boa tarde!

    ResponderExcluir
  2. Eu tive muitos sentimentos confusos quando deixei o Brasil para residir nos EUA. Os dois primeiros anos foram muito difíceis. Muito choro, muita dor, muitos ajustes, muita solidão. Acredito que é nesses vales da vida que sabemos que sem Ele a gente não consegue. Se hoje ainda estou por aqui, devo à Ele. Porque houveram dias que não tinha nem para mim.

    Beijos!

    www.vivendolaforanoseua.blogspot.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Verdade Gisley, existirão dias confusos de solidão que todo cristão irá passar. É quando compreendemos que somos dependentes de Deus em toda circunstância (DA VIDA). Beijos, obrigada. ;D

      Excluir

Não deixe de comentar!
Sua opinião é muito importante :D
Beijos...

Galeria de Postagens recentes