O crente e a política!

Crente e a politica.


Numa época de extrema polarização ideológica como a nossa, em que as ideologias assumem um papel religioso, não é difícil cair no perigoso mundo maniqueísta da divisão entre bons e maus na política e, com isso, nos tornarmos presas fáceis da falsa expectativa de que sistemas econômicos ou regimes políticos podem nos salvar! Não é incomum cristãos devotarem tempo e energia demasiados em debates políticos, se posicionando à direita ou à esquerda do espectro ideológico.
De certo modo, nem é um problema, pelo menos na medida em que não embota ou distorce a visão correta da verdadeira redenção. Isto é, a certeza que nossa redenção não se encontra em ideologias! Todos devem se posicionar politicamente! Contudo, entre nós, cristãos, o posicionamento político e ideológico tem um referencial: a Bíblia! Não é desconhecido que a Palavra de Deus trata de todos os assuntos e de todos os temas, se não exaustivamente, ao menos conclusivamente. A abrangência da bíblia é tal que de finanças à política, de casamento à relações humanas em geral, de trabalho à família, de cultura à ciência, de esporte à agricultura, de sexo à morte, tudo que existe e todas as esferas da vida humana são tratadas por ela. É uma amplitude cósmica! Simplesmente porque ela é a Palavra de Deus. É o que chamamos de cosmovisão! Ora, se existe uma cosmovisão bíblica sobre o mundo criado, ela também se aplica a política! Significa que os crentes necessariamente devem estar submetidos ao escrutínio dessa cosmovisão, inclusive no que se refere a política e a ideologia.

Trocando em miúdos, meu modo de fazer, posicionar ou operar politicamente deve estar submetido à Bíblia. Ou seja, devo procurar candidatos e partidos cuja agenda e programa partidários estejam alinhados aos valores bíblicos. Isto exclui de antemão apoiar ou votar em partidos ou candidatos de esquerda. Basicamente porque o conteúdo programático dessa vertente político-ideológica é uma afronta aos valores bíblicos da vida, da família, da autoridade e da propriedade privada. Além, é claro, de seu conhecido e declarado ateísmo e de sua sistemática perseguição aos crentes e a igreja nos países onde ela, a esquerda, governou. Por outro lado, o oposto do espectro ideológico: a direita política e seu desdobramento econômico: o liberalismo capitalista, também não devem ser vistos como redentores e depositários de nossas esperanças. O capitalismo também não é uma utopia realizada que trouxe toda sorte de “bênçãos” materiais e solucionou os problemas que afligem o homem. 

O capitalismo fere princípios bíblicos, especialmente em seu estágio atual, altamente especulativo e concentrador de riquezas. A ideia de que o mercado em si mesmo é a solução para mitigar a pobreza e a injustiça é acreditar na falácia da chamada “mão invisível”, um mecanismo autorregulador que como um deus age para normatizar o caótico mundo do mercado. Para o crente, não há esperanças de redenção em regimes políticos ou em sistemas econômicos! Por mais perfeitos que possam parecer, eles têm um problema em sua raiz, são construídos por homens e homens são pecadores. O pecado tem que ser introduzido na equação política para que a política como redentora seja desmistificada. A doutrina bíblica da Depravação Total é a pedra de toque para entendermos que enquanto o homem for inimigo de Deus e morto em delitos e transgressões, nada do que ele criar pode ser definitivamente uma solução, sempre vai cheirar à morte. Apenas Cristo e sua Lei podem redimir por completo não somente o homem, mas toda a criação, numa abrangência cósmica e definitiva. Toda e qualquer esperança em candidatos, partidos, mitos, programas, propostas e líderes é vã e está condenada ao fim!



*Texto exclusivo do Teologia e Mulheres..

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