Expiação Limitada!
O
terceiro dos cinco pontos que estruturam a doutrina soteriológica do calvinismo
é o caráter limitado da Expiação contida no sacrifício de Cristo Jesus. Vale
entender o significado de expiação: um ato que, no Antigo testamento,
significava remir culpa ou delito de alguém através do cumprimento de pena por
outra pessoa e que foi trazido para a Nova Aliança com o objetivo explicar o
significado do sacrifício de Jesus. Foi exatamente o que fez o Senhor Jesus em
benefício de seus eleitos. Ele pagou por nós uma dívida que tínhamos com Deus e
a saldou com sua morte sacrificial.
É bastante esclarecedor que compreendamos este sacrifício sob à luz do sistema sacrificial de Israel no Velho Testamento. Foi assim que João Batista o entendeu quando proclamou “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, João 1:29. O segundo artigo do capítulo 2 dos Cânones de Dort diz assim: “Por nós mesmos, entretanto, não podemos cumprir tal satisfação nem podemos livrar a nós mesmos da ira de Deus. Por isso Deus, em sua infinita misericórdia deu seu Filho único como nosso Fiador. Por nós, ou em nosso lugar, Ele foi feito pecado e maldição na cruz para que pudesse satisfazer a Deus por nós”. Portanto, a expiação de Cristo é a nossa certeza de que o abismo de inimizade que nos separava de Deus foi extinto por uma demonstração tão profunda e graciosa de amor, que só poderia ter nascido do coração misericordioso e absolutamente amoroso de nosso Senhor.
Sabemos, portanto, que expiação significa assumir para si a dívida de alguém impossibilitado de saldá-la. Embora esse conceito não seja estranho à maioria dos cristãos, a condição na qual ela (expiação) é realizada não só é incompreensível para grande parte dos crentes, não somente pelo limitado conhecimento da Bíblia, mas, sobretudo, por causa do estrago feito pelo humanismo idólatra que se acentuou nos últimos quatro séculos. Mas como essa expiação é realizada? Ora, existem duas respostas para esta pergunta: a primeira, se baseia numa compreensão centrada no homem, cuja percepção está estruturada na ideia de que Cristo morreu por todos os homens e seu sacrifício não apenas é eficiente nesse sentido, mas eficaz para todos. Tal ideia universalista da morte vicária de Jesus implica em interpretar a Palavra de acordo com uma visão centrada no homem como autor de sua salvação e dotado de uma vontade indiferente, neutra, não causada e livre da vontade onipotente de Deus.
É bastante esclarecedor que compreendamos este sacrifício sob à luz do sistema sacrificial de Israel no Velho Testamento. Foi assim que João Batista o entendeu quando proclamou “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, João 1:29. O segundo artigo do capítulo 2 dos Cânones de Dort diz assim: “Por nós mesmos, entretanto, não podemos cumprir tal satisfação nem podemos livrar a nós mesmos da ira de Deus. Por isso Deus, em sua infinita misericórdia deu seu Filho único como nosso Fiador. Por nós, ou em nosso lugar, Ele foi feito pecado e maldição na cruz para que pudesse satisfazer a Deus por nós”. Portanto, a expiação de Cristo é a nossa certeza de que o abismo de inimizade que nos separava de Deus foi extinto por uma demonstração tão profunda e graciosa de amor, que só poderia ter nascido do coração misericordioso e absolutamente amoroso de nosso Senhor.
Sabemos, portanto, que expiação significa assumir para si a dívida de alguém impossibilitado de saldá-la. Embora esse conceito não seja estranho à maioria dos cristãos, a condição na qual ela (expiação) é realizada não só é incompreensível para grande parte dos crentes, não somente pelo limitado conhecimento da Bíblia, mas, sobretudo, por causa do estrago feito pelo humanismo idólatra que se acentuou nos últimos quatro séculos. Mas como essa expiação é realizada? Ora, existem duas respostas para esta pergunta: a primeira, se baseia numa compreensão centrada no homem, cuja percepção está estruturada na ideia de que Cristo morreu por todos os homens e seu sacrifício não apenas é eficiente nesse sentido, mas eficaz para todos. Tal ideia universalista da morte vicária de Jesus implica em interpretar a Palavra de acordo com uma visão centrada no homem como autor de sua salvação e dotado de uma vontade indiferente, neutra, não causada e livre da vontade onipotente de Deus.
A segunda, está estruturada
no atributo da soberania de Deus. Obviamente, a noção bíblica de que o
sacrifício do Senhor Jesus é eficiente para todos os homens, mas eficaz apenas
para os eleitos para a salvação não angaria muita simpatia numa época marcada
pelo humanismo e sentimento de autonomia, cujo pensamento central é a
irrelevância de Deus. Mas, em que pese o antropocentrismo típico do pós Queda e
realçado pelo humanismo vigente nos últimos séculos, fruto da Revolução
Francesa, que pretendeu destronar Deus e em seu lugar adorar a razão, a Bíblia
é conclusiva ao afirmar que o sacrifício de Cristo é eficaz apenas para seus eleitos,
embora suficiente para salvar a todos (Marcos 4:11,12, João 10:26,27, Provérbios 16:4, Apocalipse 13:8, 1Pedro 2: 1
ao , já que assertivamente a bíblia
afirma que Deus criou pessoas para a condenação eterna e outras para a
salvação, o que Paulo claramente ensina em Romanos 9:19 ao 24: “Dir-me-ás
então. Por que se queixa ele ainda? Pois, quem resiste à sua vontade? Mas, ó
homem, quem és tu, que a Deus réplicas? Porventura a coisa formada dirá ao que
a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro,
para da mesma massa fazer um vaso para uso honroso e outro para uso desonroso?
E que direis, se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu
poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a
perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos
de misericórdia, que de antemão preparou para a glória, os quais somos nós, a
quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?”
Afirmo junto com Paulo que além do caráter limitado da expiação, ela também se
baseia na dupla predestinação, isto é, Deus em sua soberania inquestionável,
não só predestinou para a salvação, mas o fez também para a condenação eterna.
Certamente, não são ideias facilmente
aceitáveis para mentes embotadas pelo humanismo de nossa era, inclusive entre
crentes. É muito mais fácil crer em um pretenso livre arbítrio, cuja vontade é
pretensamente livre, que submeter-se ao domínio da majestade de Deus e ser
subjugado por ela! Há no meu entender, contudo, uma lógica simples por trás da
doutrina bíblica da Expiação Limitada: se a morte vicária e substitutiva de
Jesus fosse eficaz para todos os homens, todos seriam salvos! Ora, todos são
salvos? Ninguém se perdeu? Deus condenaria duas vezes a mesma pessoa? Todavia,
além dessas perguntas que nossa razão é capaz de responder por si só, existem
outras questões que são reveladas tão somente mediante a ação do Espírito.
Vejamos o que Jesus diz em Marcos 4: 11,12 ao explicar para seus discípulos a
Parábola do Semeador: “E ele lhes disse: A vós é confiado o mistério do reino
de Deus, mas aos de fora tudo se lhes diz por parábolas; para que vendo, vejam,
e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam e
sejam perdoados. Me parece que é definitivo e irrefutável o que ensina o Senhor
Jesus e deveria nos bastar!
Escrito pelo colunista: Pastor Davi Peixoto
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