Deus e sua Providência!

O Senhor ouviu nossas orações e nossos clamores, inclinou amorosa e compassivamente seus ouvidos para as angustias e dores de nossa nação e das angustias e dores de sua igreja no Brasil. Eleger um projeto político que, acima de tudo, se distancie menos da Palavra-lei de Deus, que tema ao Senhor e nos ofereça uma perspectiva de que nossa terra seja sarada é um exemplo definitivo da providência divina, soberana e irrevogável de nosso Deus!

 “Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder; é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis, ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes”, Daniel 2:21,22. Muitos pensam que o destino é a força que rege não somente vidas individuais, mas a História. Calvino chamava o destino de fortuna, uma palavra que significa acaso, imprevisibilidade, sorte, eventualidade. Outros entregam-se ao misticismo astrológico, depositando expectativas no conselho dos astros, que definem os rumos das coisas pelo arranjo fortuito dos alinhamentos astral. Religiões, como o Islã, creem em um deus apenas transcendental, como se ele fosse um relojoeiro que fabrica um relógio, lhe dá corda e o deixa funcionando sem mais interferir. Um deus que abandona sua criação a si mesma.

Os que não confessam crenças religiosas (um ledo engano, já que todos os homens são inerentemente religiosos) creem no acaso, no fortuito, em si mesmos como construtores de suas vidas. Já quanto ao destino do mundo, especialmente os que professam a religião ateísta marxista, dobram seus joelhos para o deus “luta de classes”, motor da História, segundo os fieis dessa crença. Cristãos não devem submeter-se a nenhuma dessas visões. Nosso Deus é ao mesmo transcendente e imanente. Transcendente porque não se confunde com sua criação, imanente porque age nela. O apóstolo Paulo em Atos 17: 26, ao apresentar aos filósofos gregos o Deus da Bíblia, o define assim: “...de uma só fez toda a raça humana para habitar sobre toda face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação”. Nitidamente, Paulo está dizendo que Deus é criador e mantenedor de sua criação. Ele está tratando da Providência de Deus! Calvino, nas Institutas, no capítulo intitulado “A Predestinação e a Providência de Deus”, diz que a providência de Deus abrange o governo do mundo inteiro, que é deliberada e deriva da vontade soberana e determinante do Altíssimo. Ele ainda afirma que não se pode tão somente atribuir poder a Deus, mas também atribuir a eleição e a providência, de modo que tudo é feito conforme seu beneplácito. Ulrico Zuínglio, outro dos grandes reformadores, também ressalta a providência de Deus, afirmando que ela se estende não só sobre a vida dos indivíduos, mas sobre o curso dos grandes acontecimentos, que sua ação não se limita às coisas boas, mas também ao que é mau.

A Escritura atesta que nada se faz neste mundo que não seja pela ordenação de Deus, ela subordina a ele tudo que aparentemente é fortuito ou casual. No entanto, em que pese a bíblia ser categórica quanto à providência deliberada e soberana de Deus sobre todos os eventos possíveis, muitos crentes pensam em Deus como uma espécie de vasto reservatório de energia ilimitada, impessoal, que até interfere nos rumos de sua criação, mas o faz impassivelmente, como um Deus ocioso, que não se envolve com nada. Por trás dessa ideia tão pequena de Deus, está uma concepção autonomista e independente, que implica em acreditar que cooperamos com Deus não apenas na condução das coisas, mas, sobretudo, na inflexão de nossa vontade em direção à salvação, salvando-nos a nós mesmos com nosso livre arbítrio. Pois bem, se compreendemos que a providência de Deus é seu governo bondoso e justo sobre o mundo, afirmamos, como Daniel, que ele levanta reis e destrona reis.

Na sua resposta a Salomão, o Senhor diz assim: “E se meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” (II Crônicas 7:14), uma demonstração cabal de seu amor e cuidado conosco e com sua criação. Irmãos, quantas vezes e por quanto tempo a igreja tem orado pelo Brasil, orando para que Deus levante homens que defendam suas ordenanças e sua lei em nosso país? Certamente, ninguém oraria se não cresse na providência de Deus! O Senhor ouviu nossas orações e nossos clamores, inclinou amorosa e compassivamente seus ouvidos para as angustias e dores de nossa nação e das angustias e dores de sua igreja no Brasil. Eleger um projeto político que, acima de tudo, se distancie menos da Palavra-lei de Deus, que tema ao Senhor e nos ofereça uma perspectiva de que nossa terra seja sarada é um exemplo definitivo da providência divina, soberana e irrevogável de nosso Deus! Entretanto, como já fiz em outros textos, não nos fiemos em homens ou projetos políticos como redentores, embora sejam erguidos por Deus para nos ajudar. Nossa esperança está afiançada no sacrifício vicário e na ressurreição vitoriosa de nosso Senhor Jesus Cristo. Uma sociedade com plena justiça só é possível quando a lei de Deus reger governantes e governados!


Escrito pelo nosso colunista: Pastor Davi Peixoto

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